O meu melhor amigo tem onlyfans – 17

CAPÍTULO XVII

Os dois sorriam de alguma coisa, procurei Felipe e o entrevi dentro de casa com minha mãe. Ian acenou, eu caminhei até os dois, Jacskon coçava a cabeça e tinha as bochechas rubras.

Enquanto Ian de cócoras no chão apoiava-se com o cotovelo em cima do joelho.

– Nossa isso você não tinha me contado, – Ian falou.

– Do que estão rindo? – perguntei.

Jackson apoiou-se no capô do carro.

– Sobre aquele dia, – ele disse.

Jackson cobriu o rosto com uma das mãos. Ele sorria, Ian sorriu de volta, eu sem graça comecei a forçar uma risada.

– Ah aquele dia…- o nervoso já no peito. – É, que dia mesmo?

– Aí viu! – Jackon justificou. – Ele nem se lembra mais, ainda bem!

Eu sorri querendo esganar o Ian ” é a história da minha primeira vez” pensei comigo, “você não fez isso?” encarei o Ian com essa pergunta na minha testa. Ele correspondeu movendo a cabeça em um gesto de “por que não?”.

– Meninos! – gritou Felipe. – Temos bebidas! Vejam!

O clima se dissipou-se com Felipe erguendo uma garrafa de bebida com cor de chá de canela acima da cabeça. A embalagem dizia Vale Verde, apesar do conteúdo ferrugem.

– O velho te mata, – Jackson brincou. – Eu mesmo vou ter que desaparecer de casa por uns dias depois de hoje.

– Duvido! – Felipe disse. – Ele não faz nada sem você na empresa.

Minha mãe trazia um copo em cada dedo da mão esquerda. Jackson abriu o fundo do carro e ligou o som. Misturamos a bebida com gelo e refrigerante, eu bebi um gole, e só, forte demais, ardia os olhos.

Mamãe passou para o fundo do carro e dançava com o copo junto ao peito como se abraçasse alguém.

Eu pensava sobre a conversa entre Jackson e Ian, “ele não pode ter lembrado, estava bêbado na época, foi há tempos”. Ian ergueu o copo e Jackson colocou mais uma dose.

– Você tem bom gosto Lipe, – Ian elogiou. – Uma beleza.

– Jack que sugeriu, – respondeu sem se virar.

Felipe encontrou uma posição para registrar a garrafa e conseguir postar no twitter e nos stories do instagram.

– Jackson você não me consegue um emprego não cara? – Ian perguntou.

– Desde quando isso? – cortei.

Ele me olhou de canto e apontou com o queixo para Felipe.

– A concorrência dos peladões está cada vez mais difícil, – ele brincou.

– Temos públicos diferentes Ianzão, – Felipe devolveu. – Mas o Jackson pode ajudar mesmo, fala a ele das criptomoedas Jack…

O homem sentara-se no banco do carona com a porta do carro aberta, enquanto nós nos espalhávamos pelo passeio. Ele explicou como funcionava os investimentos com moedas digitais, e os aplicativos que davam possibilidade de investimento.

– Eu invisto desde quando abriu, – falou. – Mas sou muito detraído.

– Nem fale! – Felipe sorriu. – Lembra Joca quando ele apareceu de cueca para ajudar no acidente do Ian?

Jackson também abriu um sorriso de orelha a orelha.

– Era disso que estávamos rindo, – apontou para Ian. – Eu contava ao Ian sobre isso mesmo…

– E vocês foram daqui até o hospital, contigo de cueca mano? – Ian disse sorrindo.

Mas por baixo daquelas fileiras de dentes e a contração facial havia uma crítica mordaz.

– Cara, Felipe, esse idiota, me convenceu que não daria tempo, e ai tudo foi acontecendo tão rápido… – ele suspirou. – Não foi Joca?

– É teve esse detalhe mesmo, – falei sem entusiasmo.

Um peso caiu dos meus ombros por perceber que Ian não havia ido tão longe a ponto de perguntar qualquer coisa do passado ao Jackson, antes de se despedirem, Felipe segurou meu antebraço.

– Amanhã vamos escolher minha casa nova, – ele sorriu. – Finalmente!

– Foi até rápido, – falei. – Tá ganhando dinheiro assim?

Ele disfarçou abaixou a cabeça para a frente.

– Um maluco aí, ofereceu uma grana pesada para eu fazer uma tatuagem no cóccix, acredita? E ele quer passo a passo, já mandou uma parte do dinheiro.

– Cuidado com isso Felipe! – falei severo. – Você se arrisca demais.

– Que nada, já estava pensando em fazer, – ele sorriu. – Ah, mudando de assunto, essa semana rola minha despedida da casa da Janete.

Ele disse isso entrou no carro com o irmão e seguiram algumas ruas mais a frente. Eu, Ian e minha mãe ainda ficamos na porta por mais alguns minutos. Eu tive a impressão de ter visto meu pai rondando, lá da esquina.

– Besteira menino, – mamãe disse. – O que ele ia fazer aqui?

Com minha mãe em casa tanto eu quanto o Ian ficávamos sem coragem para carinhos além dos amassos, e nem seria adequado, respeitoso. No quarto agíamos no maior silêncio.

Ele mencionava justamente isso quando deitamos na cama.

– A gente podia ir morar junto, – falou.

– E já não vivemos Ian? – reclamei. – Há meses, inclusive, e eu adoro… Se bem que com mamãe.

– É isso, a gente tira a privacidade dela – ele falou. – Já pensou em quantas vezes ela desejou ficar sozinha aqui e não pôde?

“Será?”, eu nunca havia pensado desse ponto de vista “em uma casa nossa, tudo vai recair sobre nós”, fazer comida, limpar a casa, pagar todas as contas. Mas já fazíamos a metade dessas coisas.

Ele me beijou, deitou-se sobre mim e com o joelho esquerdo afastou minhas pernas, eu gostava de senti-lo crescer com o toque da minha mão por baixo da roupa. Ia movia o quadril se esfregava em mim.

– Você estava falando sério sobre o emprego? – perguntei entre um beijo. – Tipo e o only?

Ian encaixou a boca próximo ao meu ouvido.

– Não é futuro, é presente saca? Only pode dar uma boa grana, agora e a longo prazo, mas não me imagino fazendo isso por dez, vinte anos.

– Humm… um homem que tem visão.

Ele sorriu, eu o abracei pelo abdômen. Eu acordei primeiro que o Ian, ouvia sussurros no corredor, levantei rápido, puxei a porta. Minha mãe vinha da sala, os cabelos desalinhados.

– Bom dia meu filho.

– Tinha… Tinha alguém aqui? – perguntei rindo.

– Eu, eu estava tomando um ar, conversando comigo mesmo, – suspirou. – Vou passar um café.

Voltei para dentro do quarto e pulei em cima do Ian, precisava compartilhar aquilo com alguém.

– Mamãe está tendo um caso, – falei sem acreditar.

– Ai Joca, você é leso é? Percebeu agora? – ele se virou na cama.

– Só é olhar pra ela, – ele sorriu.

Ian esticou os braços por cima da cabeça espreguiçando-se o desenho na cueca dela, me fez soltar para a porta e encostá-la.

– Eu não posso ser tão tonto! – reclamei.

Ele passou as palmas das mãos sobre as minhas coxas, subiu pela minha cintura até alcançar meu rosto.

– Ô, é uma das coisas que te faz mais gostoso, – ele disse.

– O quê mais? – perguntei dengoso.

Eu fechei os olhos empurrando meus lábios para a frente, Ian empurrou minha cabeça, ouvi o barulho de alguém sugando um líquido, o cheiro de café me fez girar na cama, mamãe estava ali, segurando a xícara com as duas mãos.

– Eu disse, – Ian sussurrou. – Precisamos ter nosso canto…

Mamãe sorria.

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