Me Apaixonei Por Um Babaca!! – parte 8

“Há 2 espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e… os amigos, que são nossos chatos prediletos.” – Mario Quintana

A cena foi essa: eu, estático, olhando para as duas que, igualmente estáticas e confusas, me encaravam tentando entender o que acontecia. Eu tinha duas opções: a primeira era fingir que nada aconteceu, que esbarrei na enfermeira e tinha acabado de chegar; outra opção era pirar e perguntar logo o que é que estava acontecendo que eu não sabia. Decidi escolher a primeira opção, vou ser paciente (apesar de estar morrendo de curiosidade). Me desculpei com enfermeira, que me olhava como se pudesse me explodir. Andei em direção as duas e disse:

Eu – Oi – elas nada responderam – , como o Pedrinho está?

Tia Sueli – Bem. Ele está bem.

Eu – Ele está acordado? Posso entrar e falar um pouco com ele?

Tia Sueli – Vai, pode ir. Ele está acordado.

Eu – Mãe, tudo bem com a senhora? A senhora parece um pouco preocupada. – minha mãe estava com um olhar vago, meio distante – Mãe?

Sara – Ham?

Eu – O que a senhora têm?

Sara – Eu? Nada, não tenho nada não, filho. Vai lá ver o Pedro, vai. – ela se aproxima de mim e me dá um beijo na cabeça. Entrei no quarto do Pedro e o vi ali, deitado na cama, olhando pela janela.

Eu – Pedrinho? – ele se vira e me encara.

Pedro – Olá. Quem é você?

Eu – Pedrinho, sou eu, Marlon. Não lembra de mim? – começei a ficar em pânico. – ele ficou me olhando como quem quer lembrar de algo. Ficamos assim por algum tempo. – Cara, não faz isso comigo, não. Você não lembra mesmo de mim? – já estava com vontade de chorar. Senti meus olhos marejados. Mais um tempo se passou, até que ele disse:

Pedro – É claro que lembro seu besta, só estou te zuando. Olha a cara que você está! kkkkkk

Eu – Vai a merda, Pedrinho. Porra, e eu achando que você tinha perdido a memória. – dou um suspiro de alívio enquanto ele continua rindo da minha cara. Um ano depois aquele besta continuava rindo. Em meio a risos ele perguntou:

Pedro – Como foi seu primeiro dia de aula, Negão? – disse limpando as lágrimas que escorriam pelo rosto de tanto ele rir.

Eu – Você não vai acreditar nas coisas que aconteceram! – ele se sentou e fez um gesto para eu me sentar na cama.

Pedro – Então, conte-me tudo.

Eu – Assim que aquele garoto te bateu…

Pedro – Bateu uma pinóia, ele deu foi sorte de eu estar desprevenido.

Eu – Uhum, sei. Continuando: Depois que ele te “pegou desprevenido” – fiz aspas com os dedos. – e você desmaiou… – contei toda a história para ele, que ficou de boca aberta.

Pedro – Ah não.

Eu – Ah não o que, criatura?

Pedro – Isso tudo acontecendo e eu parado nessa cama de hospital, comendo sopa aguada? Quero sair agora daqui! – ele fez menção de se levantar mas eu intervi.

Eu – Sossega o rabo aí, Pedrinho. Se tudo der certo, você sai amanhã.

Pedro – Negão, presta atenção.

Eu – No quê?

Pedro – Isso tudo aconteceu em quanto tempo? 24 horas?

Eu – Isso.

Pedro – Olha, se você já beijou o cara, discutiu com a vaca que é namorada dele e está tendo sonhos eróticos com ele… imagina o que vai acontecer em mais 24 horas? kkkkkkk

Eu – Você é muito besta mesmo, sabia?

Pedro – Sabia. kkkkkk

Eu – Você ri porque não é com você. – falei um pouco irritado com a situação.

Pedro – Me diz uma coisa: ele beija bem?

Eu – Que pergunta é essa, criatura?

Pedro – Que é que tem?

Eu – Você apanha do cara, vai parar em um hospital e ainda quer saber se o cara beija bem? Você só pode ser masoquista. kkkkkkkk – foi a minha vez de rir da cara daquele besta.

Pedro – Pára de fugir da pengunta e me responde.

Eu – Sim senhor Pedro Soares, ele beija bem. Muito bem. Agarra muito bem. Fala muito bem… com uma voz bem rouca… no meu ouvido…

Pedro – Eu sabia!!

Eu – Sabia o quê?

Pedro – Você tá gamadinho nele!!!!

Eu – Eu? Eu… eu não… não… – gaquejei.

Pedro – Está, está sim. Está até gaguejando. A última vez que eu te vi assim foi quando…

Eu – Não completa a frase, por favor.

Pedro – Ok, desculpe. Mas que você ficou gamadinho… ah isso ficou, não ficou, não?

Eu – Pára, Pedrinho. Está tão na cara assim?

Pedro – É só vê o jeito como você fica quando falou dele. Até sua voz mudou quando falou dele…

Eu – Chega dessa história, tá? Vamos mudar de assunto. Vamos falar de outra coisa.

Pedro – Tudo bem. Falaremos sobre o quê?

Eu – Sobre o próximo baile charme que nós vamos, por exemplo.

Pedro – Oba! No próximo eu vou, com certeza!

Tia Sueli – Ah é? Não sabia que tinha deixado você ir. – a tia entrou no quarto e eu nem tinha visto.

Pedro – Ah mãe, deixa vai… – ele fez cara de cachorro pidão. Essa criatura não presta!!

Tia Sueli – Vou pensar no seu caso. Agora você vai descançar um pouco, pode ser?

Eu – Opa, hora de sair. Tchau Pedrinho. – Cheguei perto e apertei a mão dele. – Até amanhã.

Pedro – Fazer o que, né? Até amanhã, Negão.

Tia Sueli – Marlon, sua mãe está te esperando lá fora. Ela quer falar com você.

Eu – Tá bom, tchau.

Tia Sueli – Tchau.

Saí e caminhei para fora do hospital. Sabia que estava acontecendo alguma coisa. Avistei minha mãe do lado de fora, não muito longe do hospital, em uma pracinha logo em frente. Sentei-me no banquinho na frente dela. Demoou um pouco até ela começar a falar.

Sara – Filho, eu preciso te contar uma coisa que… – do nada ela fez cara de paisagem e ficou olhando algo sobre meus ombros. Fiz menção de me virar para ver o que ela estava vendo mas ela segurou meus ombros. – Filho, eu…

Boa noite, amores. Bom, a história ainda está se encaminhando, ela vai enrolar só mais um pouquinho… mas vocês vão entender o porquê. Hoje não deu, mas no próximo prometo que respondo a todos os comentários. Vocês são de mais, agradeço de coração a todos os elogios, palpites e dicas que vocês me dão; muito obrigado!!! Criticas, comentarios, palpites e votos serão muito bem vindos. Lembrando que qualquer dúvida pode perguntar, ok?

Até quinta feira, amores 🙂

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