Ma Petite Princesse (Minha Pequena Princesa) XVII

Sinopse: O primeiro dia de retorno às aulas é marcado por uma aproximação inesperada entre duas pessoas muito especiais para Nívea fazendo com que a jovem entre em pânico.

⚠️(O conto trata-se de uma série, sugiro ler os capítulos anteriores)⚠️

Aquele segundo semestre prometia fortes emoções…

Emoções essas que começaram com as provocações nas mensagens do Eric e que lutei para ignorar. Nos dois tempos de sua aula, eu pus toda a minha concentração no novo período literário a ser estudado. Algumas questões sobre o poeta francês François de Malherbe, Eric deixara escritas no quadro para que a turma respondesse. Respondi a todas conforme o texto no livro e em nenhum instante troquei olhares com ele para o bem estar do meu coração.

– Les étudiants qui ont terminé les exercices peuvent laisser la feuille sur mon bureau – ele avisou para todos.

(*Os alunos que concluíram os exercícios podem deixar a folha na minha mesa)

Alguns se levantaram e foram até a mesa dele entregando a folha incluindo Frederik, o representante da turma. Ao passar por mim, gentilmente pedi à ele que entregasse a minha folha junto da sua.

– Bien sûr que oui! – ele sorriu, juntando as duas e continuou caminhando até a mesa.

(Sim, claro!)

Frederik entregou as duas folhas e ao ver a minha, Eric me lançou um olhar atravessado como se esperasse algum tipo de explicação por eu não ir pessoalmente até a sua mesa.

Faltando alguns minutos para a sua aula terminar, enquanto eu lia concentrada um poema do autor, meu celular vibra novamente. Aquilo não podia estar acontecendo. Bufando, eu desbloqueio o celular.

– Desde quando eu tenho uma aluna preguiçosa a ponto de não vir até aqui me entregar uma folha?

Me vi forçada a responder.

– Desde o momento em que ela recebe “ameaças” do professor sobre o tamanho da saia!!!

Joguei o celular dentro da mochila e de imediato o sinal tocou. Ao olhá-lo, Eric sorria discretamente me olhando de relance enquanto guardava os seus pertences na mochila saindo logo em seguida se despedindo da turma. Ele conseguiu me irritar!

***

▶️Estarei aí com a Melissa na hora da saída sem falta, filha! Vou ter atendimento até as três horas hoje então dá tempo de irmos te buscar. Vou passar em casa para buscá-la.

– Justo hoje, mãe? – digitei em resposta ao áudio.

▶️Sim filha, além disso, o seu pai também deve chegar cedo em casa. Vai ser bom porque nós três estaremos juntos e você poderá nos contar tudo sobre suas férias. Não é bom?

– Verdade – tive que concordar.

▶️Então tá combinado. Às cinco da tarde estarei aí na porta do colégio, ok?

– Tá bom.

– Beijão meu anjo, te amo.

– Também te amo, mãe.

Encerrei a conversa na mesa do refeitório com o prato do almoço terminado na minha frente. Sem encontro às escondidas hoje. Ainda olhando a tela, recebo uma mensagem da Meli.

– Já tá sabendo né????

– Já Meli, falei com a minha mãe agorinha.

– Uhuull, amei o convite dela! Finalmente vou conhecer o seu colégio!

– Sim.

– Quê que vc tem?

É incrível como que por mensagem, dá para rastrear o estado de espírito de uma pessoa e Melissa era sagaz nisso.

– O Eric conseguiu me irritar hoje em sala de aula logo no primeiro dia.

– Puts! Sério? Ele fez o quê?

– Vou te mostrar.

Tirei print das gracinhas dele do início da manhã e enviei pra ela.

– PUTA QUE PARIU HAHAHAHAHAHAHAHAHA – ela respondeu segundos depois – EU TÔ PASSANDO VERGONHA NO MEIO DA RUA RINDO ALTO!

– Pode rir. Foi engraçado e excitante mesmo, pior que eu nem sei se vou conseguir sentir raiva por muito tempo – suspirei enquanto digitava.

– Você já falou com ele sobre hoje?

– Ainda não. Nem sei como ele vai reagir.

– Tomara que eu consiga ver ele por aí. Na sexta feira, com o escuro da boate foi tudo muito rápido! Mais tarde a gente se vê amiga, tenho que ir agora. Beijão.

– Beijo.

Saí da mesa, levando a bandeja do almoço até o local específico que se recolhe os pratos com os restos de comida e, depois de usar o banheiro, segui para o jardim externo do colégio onde é mais tranquilo do que o pátio na hora do intervalo. O lugar é muito lindo. Possui aqueles típicos bancos de praça na cor branca, um canteiro de flores e árvores que dão muitas sombras em dias quentes. Me sentei embaixo de uma dessas árvores para descansar quando recebo uma mensagem dele.

– Você tá aonde?

– Descansando no jardim do colégio – respondi seca.

– Vou ficar te esperando no nosso lugar de sempre, ma petit.

O carinho dele comigo me quebrava de todo jeito. A irritação sumia feito névoa.

– Não vai dar pra ir.

– Porque não???

Enviei um áudio falando da minha mãe e da Meli vindo me buscar e os motivos.

– Logo hoje?

– Pois é, não tinha como negar.

– Tudo bem. Ainda hoje eu te falo quando podemos nos ver.

– Tá bom.

– Je t’adore, ma petite* …

– Moi aussi, prince*…

Impossível odiar Eric Schneider.

***

Fim do primeiro dia de aula. A professora de Biologia já havia deixado a sala quando eu estava de pé, arrumando o meu material na mochila e me preparando para sair. Ao chegar perto da saída, no corredor, avisto um furacão ruivo de short jeans e blusa vermelha na minha direção, sorridente, correndo de braços abertos.

– Aaah, amigaaa – Melissa me abraçou e rodopiamos juntas no meio dos alunos que tentavam se desviar da nossa euforia. Chegou e falou baixinho perto do meu rosto dando saltinhos – Cadê ele? Cadê? Cadê? – perguntava olhando ao redor.

– Eu não sei dos outros horários do Eric, amiga – respondi também em voz baixa – só decorei o meu horário.

– Você ainda tá chateada com o seu professor gato??

– Não! Foi só naquela hora mesmo. O Eric consegue me desarmar.

– Ah, que bom!

– Cadê a minha mãe?

– Saí do carro, antes dela ir estacionar, pra vim te encontrar. Ela já deve estar lá fora. Vem!

Saímos juntas de braços dados até a portaria quando avisto minha mãe com o chaveiro do carro entre os dedos e mexendo no celular.

Helena Toledo, 39 anos, Esteticista. Posso dizer que o corpo chamativo nas curvas eu herdei dela. Infelizmente não a sua altura. Minha mãe, mesmo com seus 1.70 cm, ostentava um par de saltos scarpins pretos fazendo parecer uma top model. A calça também preta de couro destacava os quadris e o bumbum. Não destacou mais porque a blusa na cor verde musgo com a manga de um ombro caído cobria ambos o suficiente. Os cabelos pretos brilhantes e bem cuidados até a altura dos seios também era algo nosso em comum, com a diferença dela usar uma franja bem fina. Como falei antes, eu herdei os olhos azuis das minhas duas avós mas o azul da minha mãe também chamava a atenção. A pele é um pêssego de tão firme e bem cuidada. Muitos pensam que eu e ela somos irmãs.

Todos esses atributos dela atraíam olhares discretos dos alunos em sua direção. A típica mamãe gata? Era ela.

– Oi mãe – me aproximei sorrindo.

– Oi, meu anjo lindo! – ela parou de olhar no celular e me abraçou com o braço direito dando um beijo apertado no topo da minha cabeça – Como foi hoje? E esse rostinho triste?

– Não, imagina – respondi rápido – só o cansaço de sempre.

– Ah sim. Então, falei com seu pai agorinha, daqui a pouco ele está encerrando o expediente.

– Que bom.

– To ansiosa para você contar tudo sobre Viena. Quem sabe não damos uma escapada até lá em Dezembro.

– A cidade é linda, mãe. Certeza que você vai amar.

– Dona Helena, posso rapidinho comprar um saquinho de pipoca? – Melissa pediu – tem pouca gente na fila.

– Claro, meu amor, nós vamos com você!

Seguimos nós três até a fila da carrocinha de pipoca e enquanto esperávamos a nossa vez, conversávamos amenidades. De repente, os olhos da minha mãe se voltam na direção do portão da escola meio que hipnotizados.

– Meu Deus, que rapaz bonito!

Eu e Melissa nos entreolhamos fixo em cumplicidade. Sabíamos a quem ela estava se referindo.

– Quem mãe? – perguntei fazendo a desentendida.

– Aquele loiro ali, de óculos, falando no celular perto do portão. Parece um galã de cinema.

Me recusei a olhar na mesma direção que ela olhava. Eu sentia o meu corpo derreter.

– Você conhece ele, filha? – ela perguntou. Melissa permanecia muda.

Não tinha jeito. Precisei olhar apenas para confirmar de quem ela estava falando. Sim, era ele mesmo.

– Ele é o professor Eric Schneider, mãe – respirei fundo e me virei novamente revirando os olhos – Dá aula no colégio.

– Ele dá aula pra você?? – ela questionou curiosa franzindo a testa.

– Sim, de Literatura Francesa.

– Jura??? – sorriu surpreendida – Ah, então vocês duas me dêem licença. Vou lá falar com ele e me apresentar – E saiu, voando no salto como se tivesse em uma passarela, indo na direção dele.

– MÃE, PELO AMOR DE DEUS, NÃO FAZ ISSO! – falei quase gritando. Em vão.

– Melissa, me diz que isso não aconteceu! – cobri meu olhos com uma das mãos na tentativa de ficar invisível.

– Tá acontecendo amiga, ele desligou o telefone agorinha! – me confirmou.

Ao me voltar para aquela cena, vejo minha mãe se aproximando do Eric lhe tocando de leve no braço musculoso, estendendo a mão em um cumprimento que ele, simpático e sorrindo discreto, retribuiu. Ele a olhava atentamente enquanto ela gesticulava com o celular e o chaveiro nas mãos. Os olhos dele se desviavam ligeiro entre ela e a mim, me observando de onde estava.

– Filha, vem cá!!! – ela fez isso. Ela me chamou para ir até lá.

– Tudo bem mãe, eu te espero aqui! – acenei.

– Vamos lá agora – Melissa agarrou no meu braço me puxando – Eu te disse que queria ver ele de perto!!!!

Fui literalmente sendo arrastada pois eu não sentia as minhas pernas tamanho era o pânico e a vergonha que eu sentia. Ao nos aproximarmos, Eric me olhou terno e sorrindo em meio à minha mãe que não parava de falar.

– Então, meu anjo, estou contando pro seu professor que você é aluna daqui desde criancinha!

– É, mãe, Legal – sorri forçado de cara fechada, sentindo meu pescoço ferver, olhando para o nada e Eric tentando não rir daquela situação totalmente inesperada para nós dois.

Melissa continuava pendurada no meu braço direito, com a cabeça encostada no meu ombro onde eu tenho certeza que senti um fio de baba. Devia estar surtando internamente, observando a beleza do Eric dos pés à cabeça.

– A Nívea é a minha melhor aluna, Senhora Toledo – Eric afirmou – Você e o seu marido possuem uma filha de ouro.

– Ela é o meu orgulho. Por isso que eu e o pai dela a mimamos desde sempre! – olhou pra mim, piscando com os dois olhos, me jogando um beijinho e fazendo um carinho no meu rosto.

– Tenho certeza que sim. – ele balançou a cabeça afirmando e sorrindo fechado pra mim em sarcasmo.

Eu podia ouvir a nossa discussão de sábado gritando na cabeça dele.

– Podemos ir embora, mãe? O trânsito até em casa deve estar nojento.

– Verdade, minha querida, vamos sim. Professor Eric – lhe estendeu a mão novamente – foi um prazer conhecê-lo. Infelizmente eu não participo com mais afinco das atividades escolares da Nívea porque eu trabalho muito. Mas se ela é a sua melhor aluna, sei que está em ótimas mãos.

– O prazer foi todo meu – ele a cumprimentou firme – e sobre ela estar em ótimas mãos, a senhora está certíssima.

Ótimo, que um buraco se abra agora na minha frente para eu me jogar dentro dele. Gênio da lâmpada, cadê você? Só te peço um desejo! UM!

– Vamos, mãe! – peguei em seu braço querendo ir para longe dali.

– Mas espera, a Melissa não ia comprar pipoca?

– Tem problema não, Dona Helena. Perdi a vontade – a ruiva falou me salvando daquela situação.

– Tchau, professor! – me despedi rapidamente – Até semana que vem.

– Tchau – me respondeu com um meio sorriso e quando eu olhei para trás, ele continuou a me observar enquanto nós três atravessávamos a rua onde estava o carro da minha mãe.

***

Já se passava das dez da noite quando finalizei os meus estudos, organizei algumas coisas no quarto e vejo o telefone vibrar na cama. Era um áudio do Eric. Peguei o aparelho e fui para dentro do banheiro privado trancando a porta. Meu coração reage de imediato com tudo relacionado a ele. Sentada no chão perto da pia, com os fones devidamente colocados, clico para ouvir:

▶️Uma coisa sou obrigado a admitir: sua mãe é maravilhosa.

Reviro os olhos e suspiro fundo.

– É, eu sei – digito junto a um emoji de olhos revirados – Mas você sabe que ela é casada né? Lembra disso? – perguntei ironicamente sentindo uma pontinha de ciúme.

– Eu sei, ma petit – ele respondeu – eu só tenho olhos para a filha da Senhora Helena Toledo. Ela sim me tira o sono.

Àquela altura de relacionamento, Eric sabia o que fazer para me conquistar todo dia um pouco: além dos seus beijos e seus toques, as suas palavras de carinho e desejo me faziam ir ao céu.

– Você já tá indo dormir? – ele perguntou.

– Daqui a pouco.

– E vai dormir vestindo o quê?

– Às vezes eu durmo sem nada.

Sério mesmo que eu enviei essa mensagem?

O áudio dele veio em forma quase que imediata.

▶️Ah, então quer dizer que aquela mocinha que ficou nua pra mim quase que um fim de semana inteiro também fica peladinha no próprio quarto? Quando você ia me contar?

– Você tem razão príncipe, esses meses todos juntos e sabemos muito pouco do que cada um de nós gostamos. Mas agora você sabe: gosto de ficar nua no meu quarto.

– E os seus pais sabem disso?

– Eu só fico assim depois que eles vão dormir. Por sorte, ontem à noite eles vieram no meu quarto falar comigo chegando de viagem e eu estava de pijama.

– Entendi… Muito interessante saber.

– E daqui pra frente só pra você.

– Mesmo? Então me prova.

– Como?

– Me manda uma foto agora do seu corpinho nu delicioso.

– O quê??? Não vou fazer isso!!!

– E porque não?

– Você vai mostrar para os seus amigos!

– Eu mostraria sim, ma petit, se eu fosse um adolescente imbecil. Manda uma foto, vai…

– Você jura que vai guardar só com você?

– Juro.

– Então espera aí.

Saí do banheiro, tirei a blusa branca e calcinha rosa que eu usava. Fiquei de frente para o espelho e fiz uma pose jogando o quadril esquerdo para o lado e tirei várias selfies com o celular bem na direção do rosto para que ele não aparecesse. Reparei que estava mais gordinha. Vovó me enchendo de doces e outras iguarias francesas nas férias, o resultado não poderia ser diferente. Sentei na cama e enviei todas para o Eric.

– Pronto, pode escolher aí.

– Tô com a mão no meu pau agora tocando uma bem gostosa pra você. Quer ver?

– Não. Não ligo pra isso. Te enviei apenas porque você pediu.

– Você é um vulcão adormecido, ma petit. E precisa entrar em erupção urgente.

– A erupção aconteceu, Eric. Na sexta-feira por várias vezes naquela noite. Depois no sábado e também no domingo de manhã.

– Mas ainda falta despertar muitas coisas em você, princesse. Só não sabe disso ainda.

– Tá bom, vou acreditar – digitei respirando fundo – Quando a gente se vê essa semana?

– Na 5a feira você pode ir?

– Posso.

– Te espero lá. Melhor você ir dormir, agora. Bonne nuit, mon ange.

– Bonne nuit, mon Prince.

Encerrei a conversa e fiquei incomodada com o meu corpo nu ao me ver no espelho. Me lembrei do que a Melissa havia me dito e então enviei uma mensagem pra ela.

– Meli, tá acordada?

– Ainda sim. Fala.

– Acha mesmo que eu levo jeito pra dança?

– Porquê? Se animou em fazer aula?

– Acho que sim. Tô me achando cheinha.

– Eu tô te achando normal mas se vc quer perder peso, tudo bem. A dança é mais divertida que fazer academia.

– Você se matricula na aula comigo?

– Claro, sozinha você não iria conseguir mesmo. Tem que aprender a rebolar a bunda! E aí, quando aprender, vai sentar e rebolar na vara do seu professor gato e fazer ele gozar em você estando por cima.

Enquanto eu segurava o celular com uma das mãos, apoiei a minha cabeça com a outra fazendo o típico gesto facepalm da internet.

– Meli, por Deus, isso nem passou pela minha cabeça! Deixa de ser doida!

– Os áudios que você me enviou de tudo que rolou entre vocês dois, só teve o básico. Sim, ficaram no papai e mamãe e oral porque foi sua primeira vez, ok! Mas falta mais pimenta em você.

– Eu nem sei porque eu ainda te ouço…

– Porque eu sou sua melhor amiga. Fica tranquila! Amanhã eu vou agitar isso da dança pra gente.

– Tá bom. Boa noite amiga.

– Boa. Beijão.

Melissa não existe.

Deixei meu celular na minha mesinha de cabeceira do lado da cama, apaguei a luz do quarto deixando apenas o abajur aceso e me deitei na cama me cobrindo com o edredom, olhando para o teto pensando naquele primeiro dia de retorno à minha rotina. Meu professor e meu amante pela manhã, minha mãe no fim da tarde e minha melhor amiga à noite. Os três foram responsáveis pelas fortes emoções somente no primeiro dia do segundo semestre.

Continua…

Nota da autora: Capítulo leve sem grandes emoções e excitações. Vamos em frente com um saltinho no tempo na trama se fazendo necessário? Então vamos!

Para todos que estão acompanhando a história desde o início, um comunicado: eu farei uma edição em alguns dos capítulos anteriores pois o site felizmente nos permite esse acesso. Mas fiquem tranquilos! Não mudarei o enredo, nem farei cortes de cenas, de diálogos, nada. São mudanças pontuais na estrutura textual. A história em si, permanecerá inalterada.

*Eu te adoro, minha pequena

*Eu também, príncipe…

*Boa noite, meu anjo.

Contato: a_escritora@outlook.com

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