Enrabado ao Extremo

Me chamavam de Dudu. Trinta e dois anos, cara de safado, rabo de vadia e corpo pronto para servir. Trabalhava como encarregado numa obra fodida de grande, num hospital velho de Cuiabá, aquele que tentavam ressuscitar há anos e nunca saía da porra do barro. Meu trabalho oficial? Fiscalizar material, dar ordem em operário, cobrar … Ler mais

Boca de Veludo

Todo mundo na rua conhecia o Luan. Era o tipo de garoto que se apontava pras visitas e dizia com orgulho: “Esse aí é criado aqui, educado, respeitoso.” Aos dezoito anos, ainda andava de camisa social bem passada, botões sempre fechados até o colarinho, a cruz de prata pendurada no pescoço repousando entre os ossos … Ler mais

Arrombado sem Dó

Em um hospital lotado de Cuiabá, o calor de abril transformava o pronto-socorro numa estufa suja, o ar abafado misturando o fedor ácido de desinfetante com o suor que escorria por baixo dos jalecos. A madrugada pesava como pedra sobre os ombros de quem ainda não podia cair. Vitor, ortopedista de 38 anos, era o … Ler mais